terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

“A química, a alquimia, a cultura científica, a filosofia e a religião”



Este ano a Biblioteca Escolar promoveu uma atividade subordinada ao tema: “A química, a alquimia, a cultura científica, a filosofia e a religião” magistralmente dinamizada pela lente do professor Doutor João Paiva, investigador no Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. 
A exposição clara do orador sobre os problemas em debate trouxe à tona Schrödinger, por lançar a pergunta do Homem “Quem somos nós?” e, numa perspetiva epistemológica, nos levar a refletir sobre a abertura da ciência às artes e humanidades. 
A ciência tem obrigação não só de proporcionar espaços de reflexão transdisciplinar, como também de alargar horizontes culturais porque as grandes avaliações e decisões nunca são exclusivamente científicas. 
Neste registo, levados pela mão deste especialista, com vocação para transmitir e partilhar o saber, foi possível ancorar as ideias, do nosso convidado, às aprendizagens nas disciplinas de física e química, no âmbito da realidade atómico-molecular, e de filosofia, no âmbito do estatuto do conhecimento científico e, com mais propriedade, no domínio da reflexão crítica. 
Mas o registo mais sedutor do nosso convidado está na ligação da ciência com a filosofia e na discussão pertinente das teorias epistemológicas de Popper e Kuhn no que ao conceito de verdade diz respeito. 
Se a ética se impõe à ciência face à grande questão “O que devo fazer?” também a ciência sente a necessidade de permanente autorreflexão.
No final da sessão o diálogo aberto aos participantes permitiu o exercício mental a favor de uma aprendizagem mais motivadora, sensibilizou para mobilização de conhecimentos e utilização de conceitos específicos e, sobretudo, estimulou a curiosidade intelectual. 
Foi uma excelente oportunidade de podermos debater perspetivas pois é este exercício mental que mais contribui para construir “caminhos” de uma” cidadania” consciente e ativa.

Prof. Raquel Pereira

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Os textos que fizeram Filosofia



Descartes começa por duvidar dos sentidos, pois podem ser enganadores, como por exemplo as ilusões de ótica. Também rejeitou o conhecimento racional porque muitas vezes nos enganamos a raciocinar e um exemplo disso são os raciocínios matemáticos devido à possibilidade de nos podermos enganar. Por fim acaba por duvidar da própria realidade pois nem sempre conseguimos distinguir o sonho da vigília. Descartes prossegue no seu exercício mental e extrema posições quando propõe a existência de um "génio maligno todo poderoso" que se diverte a enganar-nos (duvida hiperbólica).

Miguel Gouveia 11ºA nº21

Os textos que fizeram Filosofia



 A retórica não é dispensável, no entanto é preciso saber adequá-la a cada caso. Consideramos então que a retórica tem o "bom uso" que é o persuasivo, e tem o "mau uso" que é o manipulatório. Há assim há duas maneiras distintas de persuadir um auditório: a persuasão racional e a manipulação.
O uso persuasivo visa o consentimento voluntário do sujeito em que os factos não são deturpados, respeitando-se os princípios lógicos, o destinatário é ativo e o interlocutor conhece as estratégias persuasivas. O objetivo é a procura da verdade com base na honestidade intelectual. Ao contrário do uso manipulatório em que os argumentos apelam às emoções/sentimentos, pode incidir em factos deturpados ou distorcidos, o auditório não reconhece que está a ser manipulado e o orador pode enganar através da distorção da informação usando, por exemplo, falácias e recorrendo a mecanismos psicológicos inconscientes. O objetivo é o controlo do auditório, uma forma de manipulação intelectualmente desonesta.                                             

Marta Pereira, 11ºB

Os textos que fizeram Filosofia



 O conhecimento contribui para a evolução e para a compreensão do que nos rodeia. Existem três tipos de conhecimento distintos. O conhecimento prático, o conhecimento por contacto e o conhecimento proposicional. O conhecimento prático é adquirido a partir da experiência, do treino de uma habilidade que implica a execução contínua de uma atividade específica. O conhecimento por contacto é obtido a partir da experiência direta com a realidade exterior. Quanto ao conhecimento proposicional fundamenta-se a partir da razão, utilizando um sujeito e um predicado, na forma "S é P". O único que interessa à filosofia é o conhecimento proposicional, podendo este ser classificado em relação à quantidade e à qualidade, tendo também valor de verdade. Nesta sequência, tradicionalmente o conhecimento é definido como uma crença, verdadeira, justificada, de acordo com a definição tripartida do conhecimento, exposta no Teeteto. Com efeito são estas as três condições necessárias para haver conhecimento. A crença é a adesão do sujeito a uma determinada ideia, contudo não basta ser uma crença para haver conhecimento. Esta necessita de se adequar ou corresponder à realidade e da existência de razões que a sustentam ou seja, ser verdadeira e justificada respetivamente. O problema que esta definição levanta e que foi colocado por Gettier relaciona-se com as condições que são exigidas para que o conhecimento seja definido desta fora. À primeira vista parecem ser condições necessárias para definir o conhecimento. O problema reside em saber se, em conjunto, estas condições são suficientes para definir conhecimento. Com efeito Gettier critica que uma crença, que preencha os três requisitos considerados suficientes para que haja conhecimento, pode não significar conhecimento e ainda sustenta que a justificação de uma crença verdadeira nem sempre é suficiente para que um indivíduo possa afirmar conhecimento. Em suma, a sua crítica descreve que as três condições podem estar conjuntamente satisfeitas sem que exista conhecimento. Um contraexemplo à conceção tripartida seria: se eu jogar no Euro milhões e acreditar que vou ganhar e, por sorte, ganho, não significa que adquiri conhecimento, pois eu não tinha a noção de que estava na posse da chave vencedora.
Concluindo, na minha opinião, concordo com Gettier, pois defendo que nem sempre a conceção tripartida significa conhecimento, já que existem acontecimentos que não dependem de nós e são obra do acaso. Em contrapartida, a conceção tripartida não está totalmente errada, pois muitas crenças necessitam de justificação e de corresponder à realidade.

Ana Sandiares, 11ºA

Os textos que fizeram Filosofia



A fenomenologia é um método de análise dos fenómenos, daquilo que se dá à consciência e que pode, consequentemente, ser conhecido. O conhecimento, implica a existência de um sujeito cognoscente, aquele que vai conhecer e de um objeto cognoscível, aquele que vai ser conhecido. Entre eles existe um dualismo, ou seja uma relação de oposição porque estão frente a frente. Entre eles existe uma correlação irreversível, não podendo haver troca de papéis. Desta forma, o sujeito vai sempre conhecer e o objeto vai ser sempre conhecido. O conhecimento dá-se em três tempos. Primeiramente, o sujeito observa o objeto e sai de si. Durante a análise, permanece fora de si e, no final, regressa a si, obtendo uma representação do objeto na mente que corresponde ao conhecimento.

Ana Sandiares, 11ºA

Os textos que fizeram Filosofia


 A primeira certeza "Penso, logo existo" é alcançada por Descartes por intuição racional, um conhecimento imediato com base na razão. Quem duvida, questiona na tentativa de procurar o conhecimento por sageza. Assim, Descartes questiona, duvida, logo, tem que existir como ser pensante (res cogitans) porque se é possível existir sem pensar, o mesmo não acontece em relação a quem pensa, pois o pensamento implica a necessariamente a existência. O cogito é assim a primeira verdade que aparece ao espírito com carater indubitável. É uma verdade “clara e distinta” e absolutamente a priori.

Ana Cerqueira, 11ºA

Os textos que fizeram Filosofia


 A dúvida cartesiana é o instrumento principal na procura de uma verdade indubitável. A dúvida é metódica porque permite ao filósofo alcançar a verdade. É radical pois dirige-se aos fundamentos do conhecimento. É hiperbólica porque é levada ao extremo apresentando a possibilidade da existência de um génio maligno, no sentido de garantir que o seu primeiro princípio resista a todas as dúvidas. É universal porque nada exclui e é provisória pois durará apenas até se encontrar um caminho certo e seguro. Assim, é pela dúvida que Descartes atinge o seu primeiro princípio, o cogito, de forma “clara e distinta”.

Ana Cerqueira, 11ºA

Os textos que fizeram Filosofia


Os juízos sintéticos são juízos a posteriori que podem ser comprovados pela experiência laboratorial ou pelos sentidos. Caracterizam-se pela objetividade e contingência porque como são juízos empíricos implicam uma evolução e uma construção progressiva, como por exemplo “o vento derrubou a casa”.
Pelo contrário, os juízos analíticos são juízos a priori, não precisam da experiência para serem validados. São juízos racionais, universais, necessários e apodíticos, por exemplo “todos os triângulos têm três lados”. Se os juízos sintéticos carecem de necessidade e universalidade, os juízos analíticos carecem de fecundidade.

Francisca Portas, 11ºA