sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

Os textos que fizeram Filosofia



 A retórica não é dispensável, no entanto é preciso saber adequá-la a cada caso. Consideramos então que a retórica tem o "bom uso" que é o persuasivo, e tem o "mau uso" que é o manipulatório. Há assim há duas maneiras distintas de persuadir um auditório: a persuasão racional e a manipulação.
O uso persuasivo visa o consentimento voluntário do sujeito em que os factos não são deturpados, respeitando-se os princípios lógicos, o destinatário é ativo e o interlocutor conhece as estratégias persuasivas. O objetivo é a procura da verdade com base na honestidade intelectual. Ao contrário do uso manipulatório em que os argumentos apelam às emoções/sentimentos, pode incidir em factos deturpados ou distorcidos, o auditório não reconhece que está a ser manipulado e o orador pode enganar através da distorção da informação usando, por exemplo, falácias e recorrendo a mecanismos psicológicos inconscientes. O objetivo é o controlo do auditório, uma forma de manipulação intelectualmente desonesta.                                             

Marta Pereira, 11ºB

12 comentários:

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  2. Antes de mais, gostaria de salientar que na atividade os"Textos que fizeram Filosofia", todos os autores estão de parabéns, pois utilizaram sempre uma linguagem rigorosa e concisa para explicarem os assuntos tratados na aula.
    No texto acerca da retórica e manipulação reparei que o autor poderia ter desenvolvido outros aspetos igualmente importantes. Com efeito, o discurso persuasivo privilegia a discussão racional dos argumentos, respeita princípios éticos de diálogo, e prima pela boa fé e imparcialidade do orador de forma a que o auditório consiga chegar a um consenso. No pólo oposto a manipulação visa unicamente os interesses do orador o que faz com que ignore e desvalorize a perspetiva critica do auditório.

    Beatriz Besana 11ºA

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Na manipulação, como o orador tenta apelar ao lado emocional do auditório, existe uma predominância do uso do pathos enquanto na persuasão existe uma predominância do uso do logos pois aqui a adesão do auditório é feita a partir do discurso racional.
    Nuno Domingos 11ºa nº22

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  5. Na minha opinião, este texto está muito bem estruturado. A aluna conseguiu expor de forma clara e distinta a diferença entre persuasão e manipulação. Os conteúdos abordados nas aulas estão todos no texto.

    Ana Cerqueira nº2 11ºA

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  6. A retórica não é a arte da persuasão, mas a arte que permite determinar quais são os meios de persuasão mais adequados a cada caso.
    Aristóteles atribui um papel positivo à retórica porque a retórica está ao serviço da verdade e da justiça; e devemos também ser capazes de nos defender verbalmente.

    Joao Reis, nº7, 11B

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  7. A meu ver a autora formaliza bem o bom e o mau uso da retórica. Tem uma linguagem simples o que faz interpretar bem o texto e conseguir distinguir a diferença entre os dois modos de uso da retórica. 
    A retórica, com os sofistas, é utilizada como técnica de persuasão do auditório, segundo o interesse pessoal do orador. Com Sócrates e Platão, ela assume uma conotação negativa. Com Aristóteles, assume um estatuto diferente: torna-se um saber entre os outros, uma disciplina que não faz uso do mesmo tipo de provas que as ciências teóricas e que se ocupa do que é verosímil. Deste modo, Aristóteles conseguiu liberar a retórica da má conotação que a ligava à sofística.
    Na verdade, pode fazer-se o bom ou mau uso da retórica; não é ela que é moral ou imoral, mas quem a utiliza e a forma como a utiliza. Podem-se, por isso distinguir os dois usos da retórica: a persuasão e a manipulação. 
    A persuasão é a prática do discurso que tem como finalidade levar alguém a mudar de ideias, mas pressupondo a livre adesão do auditório à tese que o orador pretende que seja acolhida por ele. Já a manipulação é a prática abusiva do discurso. Digo abusiva na medida em que obriga o recetor a aderir a uma dada mensagem (que um dado emissor deseja impor).

    Joana Sousa 11ºB nº6

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  8. A autora do texto explicitou os conteúdos de uma forma expressiva e prática diferenciando claramente os dois modos de uso da retórica.De uma maneira geral a retórica é a arte discursiva que visa determinar quais os meios persuasivos mais indicados para as diferentes situações,cujo objetivo é fazer o auditório aderir aos pontos de vista que o mesmo defende.A persuasão é certamente obtida quando o discurso é proferido de maneira a deixar no auditório a impressão de que o caráter do orador o torna digno de convicção.


    Diogo Outeiro,nº3,11B

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  9. Muito bem estruturado e completo com exemplos de cada, e a realçar a oposição que existe em cada um.

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  11. Podemos fazer referência a dois usos da retórica, nomeadamente, um bom uso, a persuasão que equivale à prática do discurso que tem como finalidade levar alguém a mudar de ideias, mas pressupondo a livre adesão do auditório à tese que o orador pretende que seja acolhida por ele. Abre espaço à crítica, à reflexão e à liberdade de escolha do recetor. Por seu turno, o mau uso da retórica equivale à manipulação que é entendida como uma prática abusiva do discurso – abusiva na medida em que obriga o recetor a aderir a uma dada tese (que um dado orador deseja impor). Faz uso de técnicas ilegítimas que paralisam o juízo do recetor e o levam a aceitar a mensagem sem se questionar. Não existe, aqui, uma comunicação livre entre o orador e o auditório. Existem diferentes formas de manipulação. Destacamos dois grupos fundamentais: manipulação dos afectos (que apela à emoção e sentimentos do recetor) e a manipulação cognitiva (que opera por falsificação do conteúdo do discurso).
    A diferença entre a “retórica branca” e a “retórica negra” pressupõe uma atitude distinta, ganhar uma “competência retórico-argumentativa (…)” que nos possa auxiliar e nos ajudar a prevenir certos abusos levados a cabo por outros interlocutores.
    A retórica, com os sofistas, é utilizada como técnica de persuasão do auditório, segundo o interesse pessoal do orador. Sócrates e Platão acabam por atribuir à retórica uma conotação negativa, de manipulação. Porém, Aristóteles alerta para o seguinte facto, ou seja, na verdade, pode fazer-se um bom ou mau uso da retórica; não é ela que é moral ou imoral, mas quem a utiliza e a forma como a utiliza.
    A manipulação constitui um perigo real quando a encontramos associada, nas sociedades modernas mediáticas, à propaganda política, às ideologias e à publicidade. Ela põe em causa os princípios da democracia e, ao negar a liberdade de pensamento e a sua expressão, faz do indivíduo um mero peão de um jogo manipulador, comprometendo a sua autonomia e sua identidade. Daí alguns filósofos terem distinguido a retórica branca da negra.
    A “retórica negra” corresponde a um uso ilegítimo do discurso, porque visa enganar, iludir e manipular o interlocutor. Por sua vez, a “retórica branca” procura pôr a descoberto os procedimentos da retórica negra, sendo, por isso, crítica, lúcida e consciente das diferentes formas e problemas que envolvem a comunicação. A retórica branca fornece as armas para lutar contra a manipulação. Trata-se de aprender a argumentar e, ao mesmo tempo, de ser capaz de desmascarar a manipulação, ou seja, trata-se de adquirir as ditas competências retórico-argumentativa. A “retórica branca” permitirá libertar a retórica da má reputação que a ligava à sofística e até auxiliar o filósofo contemporâneo na procura da verdade aliada a uma atitude crítica, de abertura e questionamento face ao real. A busca da verdade não é mais incompatível com a retórica. Há mesmo quem afirme poder encontrar nesta o método da filosofia.

    Diana Cruz n8 11 A

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  12. Aristóteles afirma que a função da Retórica não é a de persuadir, mas sim de discernir os meios de persuasão. A retórica é, portanto, a arte que estuda os meios de persuasão. Contudo, isso não significa que o seu objetivo seja apenas teórico. Aquele que os conhece é também aquele que está em melhores condições para aplicá-los e, por consequência, para ser persuasivo. Por isso, a retórica não é apenas uma arte que visa compreender o discurso persuasivo é também uma técnica que permite persuadir e desta forma permitir também a defesa pessoal de forma verbal. Aristóteles acrescenta ainda que a Retórica está ao serviço da verdade e da justiça.
    A fenomenologia corresponde à descrição da atividade cognoscitiva. A descrição fenomenológica precede a interpretação gnosiológica pois não pode haver interpretação sem haver primeiro uma descrição do fenómeno. Existem três tempos no conhecimento, segundo a perspetiva fenomenológica. Na primeira etapa o sujeito sai de si, sendo este cognoscente, vai conhecer. Na segunda etapa o sujeito está fora de si e vai conhecer o objeto cognoscível e transcendente. Na terceira e última etapa, o sujeito regressa a si, com uma imagem do objeto, desta forma o objeto não é modificado pelo sujeito, mas o sujeito é modificado pelo objeto.

    Rodrigo Magalhães 11ºB Nº14

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