quarta-feira, 4 de abril de 2018

Os textos que fizeram Filosofia


QUAL A IMPORTÂNCIA DA FILOSOIFA CARTESIANA?


A verdade, desde os primórdios da Humanidade, sempre foi difícil de alcançar pois existem factos que terão um caráter enganador com o fim de nos afastar do objetivo. Contudo, um filósofo francês, Descartes, conseguiu comprovar a existência da verdade extremando posições e exacerbando o poder da razão. Para conseguir alcançar um conhecimento certo e indubitável, Descartes adotou uma perspetiva cética provisoriamente, ou seja, nega a possibilidade do conhecimento. Assim, começou a duvidar até encontrar os fundamentos de todo o conhecimento sólido e verdadeiro, utilizando uma dúvida caracterizada por ser metódica, por ser o caminho para alcançar a verdade; universal, por nada excluir; hiperbólica, pelo exagero, radical já que se dirige aos fundamentos e provisória, por durar somente até descobrir algum conhecimento certo. Duvidando dos sentidos, dos enganos matemáticos, da distinção entre sono e vigília e da existência de uma suposição que consiste na existência de um "génio maligno" que se diverte a iludir-nos, formula o seu itinerário. Esta dúvida orientou-o à primeira certeza que consiste na existência de um "eu" de natureza pensante: “penso (cogito), logo existo" foi então a primeira verdade que obteve por intuição racional, um conhecimento direto proveniente da razão. O cogito é de natureza mental e a certeza da sua existência é evidente. Partindo da justificação do cogito como primeira certeza, o filósofo adotou um critério de verdade onde enuncia que todas as proposições evidentes são verdadeiras, isto é, percebidas como "claras e distintas"
Seguidamente, descobriu a imperfeição da sua natureza em comparação com a ideia de perfeição e que o cogito pode criar ideias de coisas exteriores ao pensamento, mas, sendo assim, não poderia ter criado a ideia de um "ser perfeito". Isto permitiu-lhe apresentar como causa de ideia inata de "perfeição" um "ser perfeito", que só pode ser Deus. Considerou, neste momento, a existência de Deus e da alma mais certa do que a existência dos seres corpóreos. Não sendo criação da mente, a existência de Deus só pode ser uma ideia inata e indubitável. As ideias inatas, ideias colocadas por Deus com a função de conhecer, fazem parte da estrutura da própria razão e não são adquiridas pela experiência. Além das ideias inatas, Descartes distingue outros dois tipos de ideias que a razão não garante que sejam verdadeiras: as ideias adventícias (ideias que partem dos sentidos) e as ideias factícias (ideias provenientes da imaginação). A existência de Deus é a garantia da indubitabilidade do critério de evidência, o critério de verdade que adotou. O filósofo admite ainda a possibilidade do conhecimento e torna-se um dogmático crítico.
Em suma, Descartes acredita nas capacidades racionais e na possibilidade de atingir o conhecimento certo e indubitável, desde que esteja submetido às regras da evidência. Apesar de eu não concordar na totalidade com o racionalismo, também admito que a razão é o centro do conhecimento, contudo opino que os sentidos nos alimentam a razão e por isso não podem ser ignorados.

Ana Sandiares, Nº 1, 11ºA

Sem comentários:

Enviar um comentário