QUAL A
IMPORTÂNCIA DA FILOSOIFA CARTESIANA?
A verdade, desde os
primórdios da Humanidade, sempre foi difícil de alcançar pois existem factos
que terão um caráter enganador com o fim de nos afastar do objetivo. Contudo, um
filósofo francês, Descartes, conseguiu comprovar a existência da verdade extremando
posições e exacerbando o poder da razão. Para conseguir alcançar um
conhecimento certo e indubitável, Descartes adotou uma perspetiva cética
provisoriamente, ou seja, nega a possibilidade do conhecimento. Assim, começou a
duvidar até encontrar os fundamentos de todo o conhecimento sólido e verdadeiro,
utilizando uma dúvida caracterizada por ser metódica, por ser o caminho para
alcançar a verdade; universal, por nada excluir; hiperbólica, pelo exagero,
radical já que se dirige aos fundamentos e provisória, por durar somente até
descobrir algum conhecimento certo. Duvidando dos sentidos, dos enganos
matemáticos, da distinção entre sono e vigília e da existência de uma suposição
que consiste na existência de um "génio maligno" que se diverte a
iludir-nos, formula o seu itinerário. Esta dúvida orientou-o à primeira certeza
que consiste na existência de um "eu" de natureza pensante: “penso
(cogito), logo existo" foi então a primeira verdade que obteve por
intuição racional, um conhecimento direto proveniente da razão. O cogito é de
natureza mental e a certeza da sua existência é evidente. Partindo da
justificação do cogito como primeira certeza, o filósofo adotou um critério de
verdade onde enuncia que todas as proposições evidentes são verdadeiras, isto
é, percebidas como "claras e distintas"
Seguidamente,
descobriu a imperfeição da sua natureza em comparação com a ideia de perfeição
e que o cogito pode criar ideias de coisas exteriores ao pensamento, mas, sendo
assim, não poderia ter criado a ideia de um "ser perfeito". Isto
permitiu-lhe apresentar como causa de ideia inata de "perfeição" um
"ser perfeito", que só pode ser Deus. Considerou, neste momento, a
existência de Deus e da alma mais certa do que a existência dos seres
corpóreos. Não sendo criação da mente, a existência de Deus só pode ser uma
ideia inata e indubitável. As ideias inatas, ideias colocadas por Deus com a
função de conhecer, fazem parte da estrutura da própria razão e não são
adquiridas pela experiência. Além das ideias inatas, Descartes distingue outros
dois tipos de ideias que a razão não garante que sejam verdadeiras: as ideias
adventícias (ideias que partem dos sentidos) e as ideias factícias (ideias provenientes
da imaginação). A existência de Deus é a garantia da indubitabilidade do
critério de evidência, o critério de verdade que adotou. O filósofo admite ainda
a possibilidade do conhecimento e torna-se um dogmático crítico.
Em suma, Descartes
acredita nas capacidades racionais e na possibilidade de atingir o conhecimento
certo e indubitável, desde que esteja submetido às regras da evidência. Apesar
de eu não concordar na totalidade com o racionalismo, também admito que a razão
é o centro do conhecimento, contudo opino que os sentidos nos alimentam a razão
e por isso não podem ser ignorados.
Ana Sandiares, Nº 1, 11ºA
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