QUE IMPORTÂNCIA TEM A FILOSOFIA DE HUME NO CONTEXTO EPISTEMOLÓGICO?
De acordo com Hume, os
conteúdos da mente consistem nos dois tipos de perceções: as ideias e as
impressões sendo que realmente “se distinguem pelos seus diferentes graus de
força e vivacidade”, ou seja, as ideias, como cópias das impressões, são
realmente menos originais, vivas e intensas do que as impressões. Para além dos
conteúdos da mente, Hume distingue as relações de ideias e as questões de
facto. Ao passo que as relações de ideias são operações do pensamento sem necessidade
de experiencia (a priori) utilizando raciocínios dedutivos para fornecer provas
lógicas irrecusáveis, como as demonstrações, as questões de facto correspondem
ao campo das ciências empíricas estando relacionadas com juízos a posteriori e
raciocínios indutivos, não sendo por isso estéreis. O conhecimento destas
questões é feito através das relações de causa-efeito ou inferências causais
que consistem no facto de “um evento (que) sucede a outro, mas jamais podemos
observar entre eles qualquer vínculo”, sendo que, o seu critério de verdade é o
hábito, visto que como não existe
qualquer tipo de impressão causa-efeito, dois acontecimentos como, por exemplo,
o toque da campainha e o abrir da porta não estão, necessariamente, ligados
sendo que a única coisa que nos faz ligar estes dois acontecimentos é o hábito
ou costume de os ver, um seguido ao outro baseando-nos assim no princípio da
regularidade da natureza, que consiste na crença de que o passado se assemelha
ao futuro, sem que nada nos indique que tal irá acontecer. Assim, conclui-se
que, de acordo com Hume, o conhecimento não é absoluto nem necessário, mas sim
provável. Este autor é um empirista cético.
Bernardo Branco Teixeira, nº 2, 11ºB