QUE IMPORTÂNCIA TEM A FILOSOFIA DE HUME NO CONTEXTO EPISTEMOLÓGICO?
De acordo com Hume, os
conteúdos da mente consistem nos dois tipos de perceções: as ideias e as
impressões sendo que realmente “se distinguem pelos seus diferentes graus de
força e vivacidade”, ou seja, as ideias, como cópias das impressões, são
realmente menos originais, vivas e intensas do que as impressões. Para além dos
conteúdos da mente, Hume distingue as relações de ideias e as questões de
facto. Ao passo que as relações de ideias são operações do pensamento sem necessidade
de experiencia (a priori) utilizando raciocínios dedutivos para fornecer provas
lógicas irrecusáveis, como as demonstrações, as questões de facto correspondem
ao campo das ciências empíricas estando relacionadas com juízos a posteriori e
raciocínios indutivos, não sendo por isso estéreis. O conhecimento destas
questões é feito através das relações de causa-efeito ou inferências causais
que consistem no facto de “um evento (que) sucede a outro, mas jamais podemos
observar entre eles qualquer vínculo”, sendo que, o seu critério de verdade é o
hábito, visto que como não existe
qualquer tipo de impressão causa-efeito, dois acontecimentos como, por exemplo,
o toque da campainha e o abrir da porta não estão, necessariamente, ligados
sendo que a única coisa que nos faz ligar estes dois acontecimentos é o hábito
ou costume de os ver, um seguido ao outro baseando-nos assim no princípio da
regularidade da natureza, que consiste na crença de que o passado se assemelha
ao futuro, sem que nada nos indique que tal irá acontecer. Assim, conclui-se
que, de acordo com Hume, o conhecimento não é absoluto nem necessário, mas sim
provável. Este autor é um empirista cético.
Bernardo Branco Teixeira, nº 2, 11ºB
Este texto está muito bem estruturado e com as ideias muito bem articuladas. Contudo, sobre as questões de facto, o aluno poderia vincular melhor a ideia destas assentarem na indução. Este é um tipo de raciocínio que vai do particular para o particular ou do particular para o geral, definindo-se assim como o nexo lógico entre premissas e conclusão ser necessário. Assim, a interferência indutiva não irá garantir qualquer certeza de que o futuro se assemelha ao passado. Isto é, as questões de facto não são certas nem necessárias, mas apenas prováveis.
ResponderEliminarAna Cerqueira nº2 11ºA
O texto em si está bem escrito e, na minha opinião, explica bem a filosofia de David Hume. Ainda assim, poderia-se ter aprofundado mais um pouco o tema das preceções salientando que as impressões são perceções fortes que temos acerca da experiência e que as ideias são uma derivação destas, isto é, uma espécie de percepção mais fraca ou uma cópia imprecisa das impressões.
ResponderEliminarCarolina Dinis nº17 11ºA