quarta-feira, 30 de maio de 2018
segunda-feira, 28 de maio de 2018
Os textos que fizeram Filosofia
Entre o
senso comum e a ciência há uma rutura ou prolongamento?
A ciência e o senso comum apresentam diferenças que mostram claramente a
oposição entre estas duas formas de conhecimento. A ciência
apresenta como principais características o facto de ser metódica, crítica,
estar sujeita a uma evolução constante e ser objetiva. Deste modo, a ciência utiliza o método experimental,
ou seja, o cientista recorre à observação instrumental de fenómenos no
laboratório, com o objetivo de quantificar, confirmar ou até refutar uma
determinada teoria. Sendo assim, o conhecimento científico é adquirido
através da observação experimental. Por outro
lado, o senso comum é dogmático, acrítico, subjetivo, qualitativo e
contraditório não estando sujeito a evolução porque o conhecimento cristaliza
no espaço e no tempo. Com efeito, o conhecimento vulgar não apresenta
um método, ao invés do que ocorre no conhecimento científico. Para além
disso, este é pragmático porque é transmitido de geração em geração, ou seja,
surge de mitos e lendas nos quais os nossos antepassados acreditavam. Esta
oposição mostra a rutura entre estes dois níveis do conhecimento. No entanto
Popper demarca-se desta perspetiva e afirma o prolongamento por considerar que a
ciência parte do senso comum, sendo a crítica o nosso instrumento de progresso.
A teoria da “mente como um balde”, inspirada em Hume, afirma que a nossa mente
não tem conhecimentos inatos e por isso temos de receber a informação através
dos sentidos. Mas com a nossa racionalidade, conseguimos evoluir e
aperfeiçoar-nos em patamares mais complexos. Por outras palavras, este autor
defende que a ciência surge depois de um estudo racional ao conhecimento
vulgar. Em oposição a esta teoria, Bachelard recusa por completo o senso
comum, considera-o um verdadeiro obstáculo epistemológico e, consequentemente,
um limite à investigação e evolução científica.
António Cachada, 11ºA
Os textos que fizeram Filosofia
Quais são
as características da investigação no período de ciência normal?
O período de ciência normal é a ciência que
a maioria dos cientistas pratica no seu dia a dia. A ciência normal articula e
desenvolve o paradigma aceite por toda a comunidade científica como sendo o
melhor modelo científico que resolve os problemas vigentes. O paradigma é
encarado como um dado adquirido que não deve ser desafiado nem posto em
causa. Assim, Kuhn descreve a ciência normal como a atividade de resolução
de problemas, dirigida pelas regras do paradigma com base na indução. Estes
problemas são tanto de natureza experimental como teórica. A investigação em
período normal é dogmática e o cientista assume uma postura acrítica sendo,
segundo Karl Popper, um período pobre e cheio de “belos cadáveres de teorias”
que em nada contribuem para o avanço da ciência.
Filipe Bastos, 11ºB
Os textos que fizeram Filosofia
Qual é a
perspetiva de Popper e Kuhn em relação aos conceitos de verdade e objetividade
científicas?
No que à verdade diz respeito para
Popper não é possível de ser alcançada. O autor fala-nos apenas da
verosimilhança, pois a verdade em si não é mais do que um ideal regulador. Para
Kuhn não há verdade científica, cada paradigma no seu tempo resolve os
problemas e explica a realidade até surgirem anomalias que levam a uma crise.
Os paradigmas são incomensuráveis. Quanto à objetividade da ciência, segundo
Kuhn não existe objetividade científica pois o cientista é influenciável e não
analisa os dados com imparcialidade. A ciência depende do que a comunidade
científica considera no interior do paradigma dominante. Este autor afirma a
subjetividade no conhecimento científico. Já para Popper a objetividade
científica existe visto que a falsificabilidade permite refutar a teoria e levar
a investigação a níveis mais próximos da verdade.
Francisca
Quelhas, 11ºA
Os textos que fizeram Filosofia
Qual é o valor e a importância do erro no progresso
científico?
Na perspetiva de
Karl Popper para haver progresso científico é preciso estarmos continuamente a
investigar e a única forma de o fazer é procurar os erros nas teorias para depois
os eliminar. Esta atividade crítica permite-nos avançar cada vez mais na
conquista da verdade que mais não é do que um ideal regulador que norteia a
investigação do cientista. Popper é pois um internalista porque considera que o
trabalho do cientista consiste em pôr à prova as teorias com o propósito de as
testar e poder avançar na ciência.
Beatriz Besana, 11ºA
Os textos que fizeram Filosofia
Qual é o
critério da verdade científica segundo Popper?
A falsificabilidade é o critério da verdade
científica. Para Popper todas as teorias devem ser constantemente testadas, de
maneira a provar-se a sua falsidade, ou seja, é preciso "tentar provar o
mais rapidamente possível que estamos errados". Popper defende o método
hipotético-dedutivo a partir do desenvolvimento de uma hipótese/conjetura que
deve ser testada de maneira a ser refutada. Se a conjetura falha o teste prova-se que é falsa porque foi efetivamente
refutada. Se a conjetura passa o teste, isto é, se não se conseguiu provar que
é falsa, diz-se que é corroborada, tendo de ser aceite pelo cientista. A
conjetura ao ser corroborada não é considerada verdadeira uma vez que Popper
afirma que a verdade é impossível de se obter, mas sim verosímil, isto é, está próxima
da verdade.
Miguel Gouveia, 11ºA
Os textos que fizeram Filosofia
- Quais são as críticas de Popper à conceção
indutiva?
Popper crítica, em dois aspetos, o
método científico preconizado pela indução. Em primeiro lugar defende que o
ponto de partida da ciência não é a observação, mas sim o facto-problema. A
observação nunca é completamente neutra e objetiva pois resulta de uma
construção do sujeito. A observação depende de uma teoria prévia e sem ela
carece de qualquer orientação. Em segundo lugar o autor critica a natureza dos
argumentos indutivos. Com efeito, não há prova empírica nem racional que nos
permita concluir que independentemente do número de observações particulares se
possa afirmar a sua generalização a todos os casos. Assim, a conclusão será
sempre uma probabilidade. Dizer que todos os cisnes são brancos, porque até ao
momento só esta cor de cisnes foi observada, não prova que todos os cisnes
sejam brancos. Basta aparecer um único cisne preto para provar o contrário e
mostrar a falsidade da teoria.
Joana Sousa, 11°B
quarta-feira, 2 de maio de 2018
A eutanásia e o testamento vital
No dia 2 de maio realizou-se o
último encontro para “construir caminhos de cidadania”, desta vez subordinado
ao tema: “A eutanásia e o testamento
vital”. Esta iniciativa, planificada no âmbito da disciplina de filosofia
em articulação com a Biblioteca Escolar, permitiu uma abordagem humanista ancorada
no conhecimento e na experiência da Dra. Ana Paula França, docente dos cursos
de licenciatura em Enfermagem, na Escola Superior de Enfermagem do Porto. Toda
a informação se revelou pertinente, marcada pela assertividade, na medida em que
conseguiu relançar
um debate fecundo sobre um dos maiores problemas da bioética sentidos na
medicina com o propósito de promover competências argumentativas. Neste
domínio surgem questões que despertam interrogações de carácter moral e
jurídico, ao mesmo tempo que os media alimentam medos e desconfianças.
- Eutanásia, sim ou não?
- O que é eticamente correto fazer no exercício da medicina?
- O que é eticamente correto fazer no exercício da medicina?
- Qual o papel das comissões de ética?
- Haverá limites para estas práticas? Devem ser
olhadas com confiança ou desespero?
- Não
seria melhor investir na medicina do acompanhamento de alta qualidade, no
domicílio das pessoas ou em instituições adequadas de carácter residencial e
não hospitalar?
Luís
Archer afirma que “a bioética é a expressão da consciência pública da
humanidade”, por isso iniciamos um trabalho de reflexão para uma ciência mais ética a par de uma bioética mais próxima do
cidadão comum. Lanço o desafio de assumirem, neste blogue, uma perspetiva pessoal
em relação à questão:
- EUTANÁSIA SIM OU NÃO? PORQUÊ?
Prof. Raquel Pereira
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