segunda-feira, 28 de maio de 2018

Os textos que fizeram Filosofia

Entre o senso comum e a ciência há uma rutura ou prolongamento?



A ciência e o senso comum apresentam diferenças que mostram claramente a oposição entre estas duas formas de conhecimento. A ciência apresenta como principais características o facto de ser metódica, crítica, estar sujeita a uma evolução constante e ser objetiva. Deste modo, a ciência utiliza o método experimental, ou seja, o cientista recorre à observação instrumental de fenómenos no laboratório, com o objetivo de quantificar, confirmar ou até refutar uma determinada teoria. Sendo assim, o conhecimento científico é adquirido através da observação experimental. Por outro lado, o senso comum é dogmático, acrítico, subjetivo, qualitativo e contraditório não estando sujeito a evolução porque o conhecimento cristaliza no espaço e no tempo. Com efeito, o conhecimento vulgar não apresenta um método, ao invés do que ocorre no conhecimento científico. Para além disso, este é pragmático porque é transmitido de geração em geração, ou seja, surge de mitos e lendas nos quais os nossos antepassados acreditavam. Esta oposição mostra a rutura entre estes dois níveis do conhecimento. No entanto Popper demarca-se desta perspetiva e afirma o prolongamento por considerar que a ciência parte do senso comum, sendo a crítica o nosso instrumento de progresso. A teoria da “mente como um balde”, inspirada em Hume, afirma que a nossa mente não tem conhecimentos inatos e por isso temos de receber a informação através dos sentidos. Mas com a nossa racionalidade, conseguimos evoluir e aperfeiçoar-nos em patamares mais complexos. Por outras palavras, este autor defende que a ciência surge depois de um estudo racional ao conhecimento vulgar. Em oposição a esta teoria, Bachelard recusa por completo o senso comum, considera-o um verdadeiro obstáculo epistemológico e, consequentemente, um limite à investigação e evolução científica.

António Cachada, 11ºA




Os textos que fizeram Filosofia

Quais são as características da investigação no período de ciência normal?













O período de ciência normal é a ciência que a maioria dos cientistas pratica no seu dia a dia. A ciência normal articula e desenvolve o paradigma aceite por toda a comunidade científica como sendo o melhor modelo científico que resolve os problemas vigentes. O paradigma é encarado como um dado adquirido que não deve ser desafiado nem posto em causa.  Assim, Kuhn descreve a ciência normal como a atividade de resolução de problemas, dirigida pelas regras do paradigma com base na indução. Estes problemas são tanto de natureza experimental como teórica. A investigação em período normal é dogmática e o cientista assume uma postura acrítica sendo, segundo Karl Popper, um período pobre e cheio de “belos cadáveres de teorias” que em nada contribuem para o avanço da ciência. 

                                                                                                                                                       Filipe Bastos, 11ºB 


Os textos que fizeram Filosofia

Qual é a perspetiva de Popper e Kuhn em relação aos conceitos de verdade e objetividade científicas?



No que à verdade diz respeito para Popper não é possível de ser alcançada. O autor fala-nos apenas da verosimilhança, pois a verdade em si não é mais do que um ideal regulador. Para Kuhn não há verdade científica, cada paradigma no seu tempo resolve os problemas e explica a realidade até surgirem anomalias que levam a uma crise. Os paradigmas são incomensuráveis. Quanto à objetividade da ciência, segundo Kuhn não existe objetividade científica pois o cientista é influenciável e não analisa os dados com imparcialidade. A ciência depende do que a comunidade científica considera no interior do paradigma dominante. Este autor afirma a subjetividade no conhecimento científico. Já para Popper a objetividade científica existe visto que a falsificabilidade permite refutar a teoria e levar a investigação a níveis mais próximos da verdade.

Francisca Quelhas, 11ºA


Os textos que fizeram Filosofia


Qual é o valor e a importância do erro no progresso científico?




Na perspetiva de Karl Popper para haver progresso científico é preciso estarmos continuamente a investigar e a única forma de o fazer é procurar os erros nas teorias para depois os eliminar. Esta atividade crítica permite-nos avançar cada vez mais na conquista da verdade que mais não é do que um ideal regulador que norteia a investigação do cientista. Popper é pois um internalista porque considera que o trabalho do cientista consiste em pôr à prova as teorias com o propósito de as testar e poder avançar na ciência.

Beatriz Besana, 11ºA



Os textos que fizeram Filosofia

Qual é o critério da verdade científica segundo Popper?













A falsificabilidade é o critério da verdade científica. Para Popper todas as teorias devem ser constantemente testadas, de maneira a provar-se a sua falsidade, ou seja, é preciso "tentar provar o mais rapidamente possível que estamos errados". Popper defende o método hipotético-dedutivo a partir do desenvolvimento de uma hipótese/conjetura que deve ser testada de maneira a ser refutada. Se a conjetura falha o teste prova-se que é falsa porque foi efetivamente refutada. Se a conjetura passa o teste, isto é, se não se conseguiu provar que é falsa, diz-se que é corroborada, tendo de ser aceite pelo cientista. A conjetura ao ser corroborada não é considerada verdadeira uma vez que Popper afirma que a verdade é impossível de se obter, mas sim verosímil, isto é, está próxima da verdade.



Miguel Gouveia, 11ºA




Os textos que fizeram Filosofia



 - Quais são as críticas de Popper à conceção indutiva?




Popper crítica, em dois aspetos, o método científico preconizado pela indução. Em primeiro lugar defende que o ponto de partida da ciência não é a observação, mas sim o facto-problema. A observação nunca é completamente neutra e objetiva pois resulta de uma construção do sujeito. A observação depende de uma teoria prévia e sem ela carece de qualquer orientação. Em segundo lugar o autor critica a natureza dos argumentos indutivos. Com efeito, não há prova empírica nem racional que nos permita concluir que independentemente do número de observações particulares se possa afirmar a sua generalização a todos os casos. Assim, a conclusão será sempre uma probabilidade. Dizer que todos os cisnes são brancos, porque até ao momento só esta cor de cisnes foi observada, não prova que todos os cisnes sejam brancos. Basta aparecer um único cisne preto para provar o contrário e mostrar a falsidade da teoria.


Joana Sousa, 11°B




quarta-feira, 2 de maio de 2018

A eutanásia e o testamento vital




No dia 2 de maio realizou-se o último encontro para “construir caminhos de cidadania”, desta vez subordinado ao tema: “A eutanásia e o testamento vital”. Esta iniciativa, planificada no âmbito da disciplina de filosofia em articulação com a Biblioteca Escolar, permitiu uma abordagem humanista ancorada no conhecimento e na experiência da Dra. Ana Paula França, docente dos cursos de licenciatura em Enfermagem, na Escola Superior de Enfermagem do Porto. Toda a informação se revelou pertinente, marcada pela assertividade, na medida em que conseguiu relançar um debate fecundo sobre um dos maiores problemas da bioética sentidos na medicina com o propósito de promover competências argumentativas. Neste domínio surgem questões que despertam interrogações de carácter moral e jurídico, ao mesmo tempo que os media alimentam medos e desconfianças.
-  Eutanásia, sim ou não?
-  O que é eticamente correto fazer no exercício da medicina?  
-  Qual o papel das comissões de ética?
-  Haverá limites para estas práticas? Devem ser olhadas com confiança ou desespero?
- Não seria melhor investir na medicina do acompanhamento de alta qualidade, no domicílio das pessoas ou em instituições adequadas de carácter residencial e não hospitalar?
Luís Archer afirma que “a bioética é a expressão da consciência pública da humanidade”, por isso iniciamos um trabalho de reflexão para uma ciência mais ética a par de uma bioética mais próxima do cidadão comum. Lanço o desafio de assumirem, neste blogue, uma perspetiva pessoal em relação à questão:
- EUTANÁSIA SIM OU NÃO? PORQUÊ?


Prof. Raquel Pereira